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sábado, 1 de junho de 2013

Cure Your Child with Food, de Kelly Dorfman

Sendo hoje o Dia da Criança, gostava de recomendar um livro que pretende tratar delas: “Cure Your Child With Food” (Cure o seu Filho pela Alimentação) de Kelly Dorfman foi posto à venda nos EUA em Abril deste ano. É o sucessor do seu anterior livro “What’s Eating Your Child?”, lançado em 2011 e aborda as ligações entre padecimentos comuns na infância tais como infecções crónicas de ouvidos, refluxo, dores de barriga, dificuldades com a alimentação, atraso no crescimento, problemas comportamentais e a dieta. A actual geração de crianças tem a maior taxa de obesidade, alergias alimentares, distúrbios comportamentais e emocionais, doenças auto-imunes e problemas de aprendizagem já registada. A autora acredita que isto se deve, muitas vezes, à sua dieta.

O nome de Kelly Dorfman surgiu-me, por acaso, numa pesquisa, ao ler este artigo. O meu interesse no tema que aborda e as críticas que li espicaçaram a minha curiosidade, pelo que resolvi adquirir o livro na Amazon UK. Depois de terminar a sua leitura, acredito que este livro deveria ser de leitura obrigatória para os pais que lidam com qualquer tipo de problemas de comportamento, ou alimentares dos seus filhos. A informação que disponibiliza acaba por poupar incontáveis ​​horas de pesquisa. Oferece também completas check-lists de sintomas para ajudar os pais a perceber se aquela situação se aplica, ou não, ao seu filho.

Segundo a autora: "Há muitos livros informativos sobre nutrição, mas eu reparei que muitos deles eram aborrecidos. Estava determinada a escrever um livro que não fosse apenas útil, mas também divertido. A parte mais fascinante de ser um detetive da nutrição é lidar diariamente com as situações da vida real. Por essa razão, o livro gira em torno de histórias reais de famílias que lutam com problemas de saúde comuns. Eu compartilho as suas histórias, como descobrimos a solução, se a solução delas ajudaria o seu filho e como aplicá-la ".

A premissa básica dos seus métodos assenta na necessidade de os pais se tornarem “detectives”, algo com o qual só posso concordar: afinal, foi porque pesquisei em páginas e mais páginas web que encontrei a resposta para o que afligia o meu filho. Ela defende que a solução para a saúde das nossas crianças não cabe apenas aos médicos, principalmente quando estes não sabem ou não querem saber mais, mas passa também por um envolvimento directo dos pais nas decisões e na pesquisa de alternativas.

O livro está organizado por condição ou conjunto de sintomas, sendo fácil de usar e de ler pois a Kelly Dorfman recorre a uma linguagem descomplicada, mais apta a leigos. Ela consegue abordar doenças graves e doenças vivenciadas por crianças, sem criar receio no leitor. A organização do livro em quatro secções abrange o campo da nutrição infantil, abordando as mais variadas opções de tratamento nos seguintes capítulos:

Capítulos 1 e 2- aqui a autora aborda as questões gerais da importância da nutrição no desenvolvimento infantil e a necessidade dos pais serem um “detectives da nutrição”;
Capítulos 3 e 4- nestas páginas, trata-se dos meninos que não gostam de comer e para os quais a autora preconiza o programa EAT:
E-Eliminar todos os irritantes que possam causar desconforto;
A-Acrescentar um alimento de cada vez;
T-Tentar comer nem que seja apenas um pedaço de cada novo alimento durante duas semanas.
Capítulo 5- como tratar situações de refluxo;
Capítulo 6- a relação de dores abdominais com a ingestão de glúten;
Capítulo 7- o atraso no crescimento e a deficiência em zinco;
Capítulo 8- a obstipação crónica e a influência dos lacticínios;
Capítulo 9- a queratose pilar (“pele de galinha”) e a deficiência de ácidos gordos essenciais;
Capítulo 10- a falta de sono e os suplementos de melatonina;
Capítulo 11- a hiperactividade e a sua relação com o consumo excessivo de açúcar;
Capítulo 12- a bipolaridade e a ingestão de glúten;
Capítulo 13- a ansiedade e a suplementação com aminoácidos e ácidos gordos essenciais;
Capítulo 14- distúrbios alimentares, depressão e o glúten;
Capítulo 15- a relação de causalidade entre infecções crónicas de ouvidos e o consumo de lacticínios;
Capítulo 16- os aditivos tóxicos na alimentação e as perturbações do comportamento e alergias;
Capítulo 17- a dispraxia (um caso de “atraso na fala”) e um programa de suplementos: Omega 3, Vitamina E e Fosfatidilcolina;
Capítulo 18- os transtornos do processamento sensorial;
Capítulo 19- Perguntas mais frequentes.

Ao longo do livro, Kelly Dorfman recorre aos mais variados estudos científicos e opiniões médicas para validar as suas opções de tratamento. Refere sempre a importância da boa suplementação, com produtos e marcas de confiança, assim como da boa alimentação, sempre que possível com produtos orgânicos. Os seus site e blog complementam a informação do livro e são uma via de contacto: enviei-lhe, por email, uma questão relacionada com um capítulo do livro e recebi prontamente a sua simpática resposta. Como é óbvio, a autora recomenda procurar ajuda profissional se os resultados desejados não forem alcançados, mas, pelo menos, a informação no livro dá aos leitores um ponto de partida.


Artigos da autora:

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá :) não sei se a tradução que se encontra entre parênteses é sua, mas a dispraxia não é um atraso na fala, é uma condição de origem neurológica ou idiopática, que causa lentidão e alteração nos movimentos motores e atraso no desenvolvimento da linguagem :)

Lucente disse...

Obrigada pelo comentário, a nota entre parenteses remete para o caso de dispraxia em questão nesse capítulo, que é o de um menino de quatro anos que tinha um atraso na linguagem (ainda que a autora explique com algum pormenor o que é a dispraxia).

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