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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Nova pesquisa

Encontrei há pouco um blog muito interessante de uma pediatra, Jess, que também é celíaca e que começou um blog, The Celiac Patient, para divulgar o tema e a sua pesquisa. Tem sido um manancial de informação relevante que visito frequentemente. Um dos posts que me chamou mais a atenção foi o que vos trago hoje, traduzido, no qual ela divulga alguma da mais recente investigação a ser feita no campo da doença celíaca e que, certamente, traz novos conceitos ao que já conhecíamos. Sem dúvida, um blog a não perder.





Apesar de não ter tido tempo suficiente para verificar todos os posters que estavam em exposição no International Celiac Disease Symposium (Simpósio Internacional de Doença Celíaca) - (ICDS) - pessoalmente, todos recebemos um livro encadernado em espiral que continha centenas de posters científicos que foram apresentados. Os resumos apresentam, em poucas linhas, novas pesquisas que, em muitos casos, ainda não foram publicadas num jornal. Comecei a analisar o livro de resumos que recebi do ICDS e há alguns resumos que são verdadeiramente fascinantes. Esperamos ouvir mais sobre estes estudos no futuro, quando forem publicados.

Aqui está um breve resumo de cinco dos estudos mais interessantes que pude ler:

1. "Nove anos de seguimento de doença celíaca potencial em crianças." Um grupo de investigadores de Nápoles, Itália ( Aurrichio, et al), seguiram 156 crianças com doença celíaca potencial, que não estavam numa dieta sem glúten. A doença celíaca potencial, como já foi discutido aqui, é quando um paciente tem anticorpos celíacos anormalmente elevados em exames de sangue, e muitas vezes sintomas também, mas uma biópsia intestinal normal. A gestão disto é actualmente controversa. Neste estudo, ao longo de um período de cinco anos, 46,8% das crianças com doença celíaca potencial desenvolveram a doença celíaca por completo.

2. "Detecção de doença celíaca em crianças assintomáticas de 2 e 11 anos de idade num centro de saúde de cuidados primários através de um teste rápido de anticorpos antitransglutaminase." A equipa espanhola (Vallejo, et al) rastreou para doença celíaca grupos seleccionados de 2 e 11 anos de idade em ambulatório usando testes rápidos. 2% das crianças de 2 anos confirmaram a doença celíaca, e 1,5% das de 11 anos também tinham a doença. A taxa global de doença celíaca na sua população era de 1,7 %, o que é mais elevado do que o descrito anteriormente.

3. " Ausência de HLA-DQ2 e HLA-DQ8 não exclui a doença celíaca em pacientes brasileiros." HLA DQ2 e DQ8 são os dois principais genes da doença celíaca e são os que estão a ser actualmente avaliados pela maioria dos laboratórios norte-americanos. Neste estudo, a equipa brasileira (Kotze, et al) realizou testes de genes em 101 pacientes com doença celíaca confirmada por biópsia. Eles descobriram que 9 (8,9%) dos pacientes com doença celíaca eram negativos para DQ2 e DQ8. Os investigadores suspeitam que isso esteja relacionado com uma população tão etnicamente diversa como a brasileira.

4. "A disfunção neurológica em pacientes com doença celíaca recém- diagnosticada: um grande estudo prospectivo." O Dr. Hadjivassiliou e equipa, do Reino Unido, realizaram avaliações neurológicas em 73 pacientes com doença celíaca recém-diagnosticada. 63% queixaram-se de sintomas neurológicos , o mais comum sendo frequentes dores de cabeça, problemas de equilíbrio, e sintomas sensoriais. 32% tinham lesões anormais na substância branca por ressonância magnética e 43% tinham uma espectroscopia anormal do vérmis do cerebelo. O cerebelo é a parte do cérebro envolvida no equilíbrio e postura.

5. "A doença celíaca potencial ou definitiva: o input da enteroscopia muda o diagnóstico." Uma equipa de pesquisa celíaca, do Reino Unido, liderada pelo Dr. Eross, avaliou 16 pacientes com doença celíaca "potencial". Doença celíaca potencial, como dito acima, é o termo utilizado quando um paciente tem títulos de anticorpos celíacos anormalmente elevados, mas sem evidência de doença celíaca na biópsia do intestino delgado. Esta equipa descobriu que, quando as suas biópsias duodenais originais foram reavaliadas e foram realizadas biópsias do jejuno (2 ª parte do intestino delgado, que não é normalmente avaliada quando um paciente é examinado para doença celíaca) 15 dos 16 pacientes, na realidade, tinham doença celíaca. A equipa adverte que o diagnóstico de doença celíaca potencial só pode ser feito se o jejuno tiver sido avaliado por biópsia.”


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